domingo, 4 de abril de 2010

***** "OFÍCIO MATERNO"


Quando a mulher anseia por filhos, ela vai a luta. Faz qualquer sacrifício, para ser a tão sonhada mãe feliz.
Por pura ilusão, e de modo geral, toda mãe se acredita pré-programada para ser a melhor mãe dos melhores filhos do mundo.
Como num roteiro de novela ou filme, a jovem e idealista "mãezinha" vive o seu tão esperado papel, exibindo orgulhosamente o seu cobiçado prêmio, o "bêbê fofinho" que vai lhe tirar horas de sono, tempo de vida...e sabe lá Deus o que mais...
Mas, o que a mulher maternal jamais admite, é que haja um vilão nessa sua imaginada história de inenarráveis alegrias...o próprio filho. Se isso de dar certo ou não é coisa de destino, não vou conduzir esta reflexão por este desconhecido caminho...prefiro tocar o nosso papo mais para o campo das probabilidades...ou do previsível, onde toda mãe deveria ser muito bem orientada, sobre a possibilidade de conviver ao longo do crescimento dos filhos, frente a frente com as decepções, as frustrações... e o desencanto que eles podem ocasionar.
Sabedoras disso, talvez as mães se patrulhassem adequadamente para não reforçar esse roteiro maternal produtor de dores e sofrimentos originalmente impensáveis.
Por entrarem de coração aberto no exercício da maternidade, muitas são as mulheres que erram na forma de educar os filhos. Erros que custam extremamente caro, e geram um aprendizado baseado sempre no sofrimento, na desolação, e depressão.
Não existe um pré-treinamento para o "oficio de mãe", infelizmente. Todavia, desfechos dramáticos no relacionamento mãe e filhos poderiam ser diferentes se desde o começo, as mães percebessem que não são donas do próprio destino...quiça do destino dos filhos.
Todavia, quando melhor esclarecidas, as mães podem escolhemos a forma com que vão desenvolver a sua maternagem aqui na Terra; portanto, quando as decepçoes batem, de nada adianta a incrédula mãezinha espernear, dizendo que a culpa é dos filhos, do pai, do anjo da guarda, da sociedade, de Deus etc. A forma como as mães escolhem viver o seu papel, trará os seus respectivos custos. Se a mãe escolheu errado... agora tem que achar um jeito de desprogramar o que imaginava já estar definitivamente programado, ser a melhor mãe dos melhores filhos do mundo.
As futuras mamães bem que deveriam fazer um treinamento básico sobre os dissabores inimagináveis da maternidade.
Um treinamento que lhes desse muitas informações sobre o seu sonhado roteiro de grandes alegrias e, lhes permitisse refletir sobre as infinitas possibilidades de aprender soluções sobre o mesmo tema, sem precisar arrastar as correntes das frustrações e amarguras no futuro próximo.
Muitas vezes, as mães percebem que algo muito errado está acontecendo no seu relacionamento com os filhos...mas elas nada fazem, impedindo assim, que o seu longo processo de aprendizado sofra as boas interferências de quem está capacitado para prestar ajuda, um amigo, ou um terapeuta facilitador da mudança de rumo dos conflítos e equívocos maternos.
Nos conflitos ou situações familiares dramáticas muitas coisas podem ser feitas, além de se conformar...
Uma boa reflexão, uma conversa racional,ajudam a angustiada mãe a destravar os mecanismos auto-impostos por seu roteiro original de sonhos e fantasias maternas.
Mães e filhos, vivem dia-após-dia,décadas de aprendizados sobre si mesmos, mas isso não basta, principalmente quando se torna necessário fazer mudanças radicais nos seus comportamentos e relacionamento.
Os inimigos da "maternidade feliz" nem sempre estão visíveis e não adianta lutar contra eles com as sonhadas armas da bem intencionada afetividade materna, pois eles se tornam cada vez mais fortes e o relacionamento mãe e filhos cada vez mais fraco. O mecanismo de escravização das mães pelos seus problemáticos filhos funciona através da ansiedade, do medo,da culpa...e do pânico.
A relação mãe e filhos vai além das vontades e verdades do coração da mãe.
Mãe que não aprende sobre estas limitações, vai seguir se magoando...e sendo magoada por seus familiares. Ter objetivos e tudo fazer para dar certo, nunca foi a receita perfeita para o ""e assim seremos felizes para sempre..."
Aprender sobre o lado ruim do "ofício da maternidade", deve ser uma prioridade no roteiro pensado pelas futuras mamães!
O que as futuras mamães querem alcançar? Estabelecido isso é preciso descobrir se os objetivos desejados são comuns ao destino que as acompanhará...
Somente as mães que aprendem esta realidade, podem identificar o que é melhor para elas, e assim estabelecer os limites para as circunstâncias ao seu redor. Isso é fácil? Não. é aprendizado... é amadurecimento...é saber cuidar da própria felicidade.
(SME).

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