quarta-feira, 28 de abril de 2010

***** MITO E REALIDADE SOBRE FILHO ÚNICO.


Quando Erasmo Carlos compôs a canção que fala sobre ser filho único, as mães de classes média e alta estavam começando a aprender a lidar com projetos de gente que cresciam sem irmãos e tornavam-se, muitas vezes, pequenos ditadores. Começava a era do filho único. Muitas vezes por falta de dinheiro, ou de tempo, a opção por ter apenas um herdeiro ganhava força.
Décadas depois da letra de Erasmo, as mães se rendem ao filho único.
A opção é mais comum entre a classe média e alta. “Quanto maior a escolaridade e a renda, menos filhos”.O ingresso maciço da mulher no mercado de trabalho e a disseminação dos métodos contraceptivos contribuíram para esse quadro. Hoje, ao contrário de 30 anos atrás, a mulher tem meios eficazes para decidir quantos filhos quer ter.
Atualmente, “Os casamentos e as famílias são mais flexíveis”. Na verdade, se trata de uma tendência mundial ter um único filho ou até não ter filhos, como vem acontecendo na Europa. “Muitas mulheres querem investir no estudo, na profissão e em uma vida mais livre.” Em resumo, a mulher do século 21 tem outros desejos além da vida familiar: as escolhas são maiores.
Soma-se a esses fatores a preocupação cada vez mais forte que as mães têm de dar conforto financeiro e atenção às crianças. E isso tem fundamento. Um estudo sério, realizado em 2007, mostra que um filho gastava cerca de R$ 400 mil em famílias de classe média, levando-se em conta apenas gastos com a educação, do berçário até a faculdade. “Não tenho estimativas de gastos com saúde e alimentação mas, se há um segundo filho, apesar de a família reaproveitar alguns itens, as despesas também podem dobrar”.
De fato, se alguns tabus referentes à entrada da mulher no mercado de trabalho foram quebrados, mitos relacionados aos filhos únicos também caíram por terra. Crianças sem irmãos já não são chamadas de egoístas e infelizes. Contudo, a mãe que tem um filho só, precisa ficar mais atenta. “Por ser, como o próprio termo diz, ‘único’, este filho pode ser visto por ela, como especial, o que pode dificultar a socialização com outras crianças e adultos.” Evitar esse comportamento é o grande desafio das mães — das que têm mais de um filho também, claro.
A escola, aliás, é um ótimo espaço para exercitar os relacionamentos, já que repartir, ceder, esperar e outros sentimentos tão difíceis de entender na infância fazem parte do dia-a-dia ali.
Cabe aqui uma pergunta: "filho único pode ser bem resolvido"? Curiosamente,se a atenção exclusiva em excesso pode prejudicar os filhos únicos, é exatamente isso que os torna crianças mais seguras. “Eles têm a auto-estima bem desenvolvida, já que são reconhecidos em tudo o que fazem.”
Com o aumento de segundos casamentos, é provável que “filhos únicos” de uma mesma mãe serão cada vez mais comuns, pois as configurações familiares se transformam com o tempo.
Não adianta encucar, imaginando o que pode acontecer, com essa geração de crianças sem irmãos. A solução está no convívio com primos, vizinhos, amigos e colegas de escola. “Para tanto, as mães racionais e inteligentes, devem estimular as atividades em grupo, como jogos, brincadeiras e aulas extracurriculares”. Pois é brincando com outras crianças que elas amadurecem.
Enfim, no final tudo se ajeita, porque com o aumento dos filhos únicos, não será tarefa difícil as mães encontrarem outras mães que estão buscando o mesmo!


SME


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