quarta-feira, 5 de maio de 2010

***** REFLEXÂO SOBRE AS MÃES QUE PERDERAM SEUS FILHOS



“…Quanto mais profundos tenham sido os relacionamentos entre as mães e os filhos, mais registros existem sobre estas singulares vivências nas mentes e nos corações maternos. Quanto mais engajadas tenham estado as mães nos relacionamentos ou nas situações problemáticas e conflitivas dos filhos, mais fortemente elas sentirão a dor-revelação que advém da derradeira partida deles, tantas vezes ocorrida sem qualquer despedida. Dos filhos violentamente arrancados da vida, imensas são as dores, angustias e deseperada impotência.
Perder um filho é doloroso sempre! Contudo, muitas vezes há neste desabar materno, outros sentimentos tão poderosos como a raiva, as culpas, as revoltas contidas e abafadas, que se somam impiedosamente ao supliciado existir materno. Não há saída para as mães quem viveram um sentimento profundo de amor pelos filhos, e deles foram violentamente afastadas…
O choque desagregador pertinente a morte de qualquer filho pode levar ao colapso mental e existencial da figura materna. De fato, é na hora inequívoca do adeus, que as sacrificadas e sofridas mães, inconscientemente avaliam, quem foram e ainda são os filhos, nos seus mutilados corações. Não importa aqui teorizar sobre as causas e as consequências de tais mortes, vamos nos ater basicamente na cruel dor da perda dos filhos pelas mães.
A dor materna que se segue a morte dos filhos não pode ser descrita com palavras simples ou elaboradas. A literatura passa muito longe... Imaginar? Também não é sequer parecido.O momento derradeiro de soltar as mãos do filho morto, de retirar-se do abraço que jamais será vivido, de fechar o túmulo… onde as lágrimas e os soluços são apenas o começo de um longo luto podem ser narráveis mas continuam inexplicáveis em sua profundidade instranferível.
Quando a cerimonia do sepultamento se encerra, sair do cemitério e voltar sozinha, sem aquele filho a quem estava espiritualmente ligada, habituada demais para ter a percepção da importância de sua ausência, rasga o coração materno e a alma afunda em um poço escuro, sombrio, solitário, contudo, revelador para a abatida mãe, sobre a intensidade de todas as suas reações verdadeiras...sem máscaras...
As mães esclarecidas, teoricamente sabem que nada é eterno; tudo que teve um começo, forçosamente terá um fim; mas, elas jamais estarão preparadas para a perda dos seus amados filhos, por quem, se possível fosse, dariam generosamente a própria vida.
A dor das separações e despedidas relacionadas com os filhos, não possuem para as mães, um toque divino de eternidade. As mães se recusam a perder os seus filhos até mesmo para Deus! Aceitar serenamente a morte dos filhos, é pedir demais para as mães de qualquer lugar do mundo. As mães geram os filhos amorosamente, e os querem vivos nas “prisões-afetivas” de suas vidas, até que Deus as chamem para o Reino de Sua Glória!

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