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Uma pobre mãe, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, se aproximou do proprietário conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos.
Ela explicou que seu filho caçula estava muito doente e ela não podia trabalhar no momento, e que tinha dois filhos para alimentar. O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento. Pensando na necessidade da sua família ela implorou:
- Por favor, senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que eu tiver...
Imediatamente ele respondeu que ela não tinha crédito e nem conta em sua loja.
Em pé no balcão ao lado, um freguês que assistia a conversa entre os dois, se aproximou do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família por sua conta.
Então o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher:
- Você tem uma lista de mantimentos?
- Sim, repondeu ela.
- Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos.
A pobre mãe hesitou por uns instantes e com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança. Os três ficaram admirados quando o prato da balança com o papel desceu e permaneceu embaixo. Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante virou-se lentamente para o seu freguês e comentou contrariado:
- Eu não posso acreditar!
O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança.
Como a escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada. O comerciante ficou parado ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido. Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado pois não era uma lista de compras e sim uma oração que dizia:
"Meu Senhor, o senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isto em suas mãos..."
O homem deu as mercadorias para a pobre mãe no mais completo silêncio, que agradeceu e deixou o armazém.
O freguês pagou a conta e disse:
Valeu cada centavo...
Só mais tarde o comerciante pode reparar que a balança havia quebrado, entretanto só Deus sabe o quanto pesa uma oração...
(AUTOR DESCONHECIDO)
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