quarta-feira, 5 de maio de 2010

***** PROXIMIDADE; CONEXÃO; SEPARAÇÃO; LUTO


Uma família é como um barco, mães e filhos devem estar preparados para remar juntos, solidariamente...As mães cuidam longamente dos filhos e um dia, no futuro, é natural que elas esperem ser amparadas e cuidadas por seus filhos adultos.
Possivelmente, mães e filhos são pessoas diferentes, e ao longo da vida surgem conflitos e frustrações. Muitas famílias se desestruturam porque tanto as mães quanto os filhos, já disseram a si mesmos que não conseguiriam superar os conflitos e ressentimentos, sem mesmo ter começado a tentar.
De modo geral, mães e filhos são o que pensam ser. Medrosos ou valentes...Competentes ou fracassados...
O que ambos acreditam que vai ocorrer na maioria das vezes acaba ocorrendo – a famosa profecia auto-realizável. Por exemplo focando primeiramente na mãe, ela pode ouvir “otária, não espere nada dos filhos” ou “não vá se arrepender no futuro, os filhos são sempre ingratos”. Os filhos também ouvem coisas como “seu estabanado, estraga tudo” ou “ seu preguiçoso não vá tirar nota baixa na prova ”.
Neste contexto, mães e filhos são então, sem que seja proposital, levados a imaginar o que lhes foi dito... Ela, a não esperar nada de bom dos filhos ou um futuro distante e sofrido sem eles... Os filhos são levados a imaginar que tudo quebra nas mãos deles ou uma nota baixa nas provas porque são preguiçosos e detestam estudar. Por que isto ocorre? Uma possível causa segundo os estudiosos do comportamento humano, é que a mente das mães e dos filhos primeiro criam imagens a partir do que ouvem, como uma maneira rápida para focar a atenção.
Analogamente, muitas vezes, as mães e os filhos sentem frustração ou falta de esperança simplesmente por não saberem que estão constantemente com os pensamentos voltados na direção errada: provavelmente algo que querem evitar ou algo que sentem a perda. O instinto de sobrevivência das mães e dos filhos os levam primeiro a enxergar os problemas ou barreiras. Entretanto, muitas vezes a “ameaça” já passou, e eles ainda estão presos nos pensamentos negativos, nas emoções negativas deixando de perceber outras preciosas possibilidades, ou de criar outras opções.
Mas, nem tudo está perdido. Existem alternativas, principalmente se as mães e os filhos puderem direcionar suas idéias para buscá-las. Uma técnica possível é o foco e a visualização do que desejam obter, em oposição ao que eles não desejam. É como fazem os esportistas dedicados, procurando imaginar a cena de vitória de uma competição, visualizando com o maior realismo possível o momento em que recebem as medalhas e o reconhecimento do público. Quanto mais detalhes as mães e os filhos visualizarem, e quanto mais vezes eles praticarem, terão mais chances de sintonizar suas energias a favor de um bom resultado pessoal e familiar. Henry Ford já dizia que “se você acredita que pode fazer algo, ou se você acredita que não pode, em ambos os casos, você está certo”.
Obviamente, conhecendo-se melhor, as mães e os filhos terão a possibilidade de substituir os pensamentos negativos por imagens positivas. Tornam-se amigos e solidários, remando juntos rumo ao equilíbrio familiar.
A qualidade do relacionamento mães e filhos, está intrinsecamente ligado a qualidade de vida de ambos. Aprendendo mais sobre seus pensamentos e sentimentos, mães e filhos também evitam entrar em situações onde se sentem reféns de seus medos e problemas.
O resultado favorável é buscado e desejado sempre por ambos. Conseqüentemente, mães e filhos são capazes de aprender a conviver de forma saudável e equilibrada.
Enfim, eles podem sentir-se bem com a possibilidade de enxergar sempre novas alternativas para os mesmos problemas e manter o foco no que os realiza e motiva.
Entretanto, mães céticas podem perguntar: como manter-me acreditando em minhas metas de viver harmoniosamente com meus filhos, como manter-me voltada para o bem e o positivo, sendo que a vida me apresenta inevitáveis situações familiares onde sinto tristezas, decepções e desencantos?
Mãe, não há fórmula mágica. Nem sempre lhe será possível estar totalmente senhora de seus pensamentos positivos, especialmente quando, por exemplo, lhe acontecer perder um filho para as drogas, uma filha para a prostituição, ou diante da notícia do falecimento de um filho.
Desta forma, é importante que as mães sempre estejam atentas ao processo de superação destas perdas, para que possam encontrar novamente o seu verdadeiro caminho e a sua alegria de viver. Muitas mães não conseguem superar totalmente a perda, ficando presas em comportamentos que incluem total alienação em relação ao mundo, ou em outros casos, a fuga de um sentimento de luto ou tristeza.
Pesquisadores do comportamento humano, apontam a existência de um padrão de quatro estágios:
1) Proximidade; 2) Conexão;  3) Separação;  4) Luto - pelos quais as relações maternas passam.
A relação mães e filhos é constituída de profunda proximidade. O amor materno cria fortes conexões com seus filhos. Os filhos ao abandonarem as mães, movidos por conflitos existenciais, ou morrerem, concretizam a separação e em seguida inicia-se o luto. Para que as mães estejam prontas para superar tão intenso sofrimento, é necessário superar o período de luto, fase que as vezes torna-se complexa e demorada. Enquanto esta fase não é superada, é comum as mães afirmarem algo como “jamais poderei superar está tragédia”.
Proximidade e conexão levarão a separação e luto, pelas leis da vida. As mães que não passam pelo processo de separação e de luto podem ter prejudicada a sua capacidade de aproximar-se de outras pessoas. Mesmo que durem muitos anos, a separação e o luto não podem ser simplesmente evitados ou sublimados, até que o coração materno possa abrir-se novamente para a proximidade e conexão.
Mães que não toleram a expectativa de um dia terem seus filhos saindo de casa, podem passar pela fase de luto a cada fase de amadurecimento (e independência) de seus filhos, causando grandes conflitos e discussões.
Enfim, é natural que os momentos negativos pelos quais as mães passam, tragam temporariamente alguma dificuldade em manter foco em suas metas de crescimento mental e espiritual. Trabalhar o processo de uma perda ou comportar-se encarando de frente a dor e o medo, leva a conclusão do processo de luto e possibilitará a abertura das mães á novas experiências. Algumas mães, por exemplo, conseguem lidar com estes sentimentos conversando sobre estes com outras pessoas, ou também colocando-os no papel, para si mesmas.

Mães a SOCIEDADE DE APOIO AS MÃES ESQUECIDAS lhes deixa aqui, as seguintes perguntas reflexivas:

1)_ De que maneiras são capazes de enfrentar seus sentimentos de perda?

2)_ Em quais situações já experimentaram perdoar e superar a raiva e julgamento negativo sobre seus filhos?

(SME)

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