quinta-feira, 6 de maio de 2010

***** MENINAS MÃES...UM DESAFIO GIGANTESCO


Mais do que a falta de informação levam as adolescentes a engravidar. Em geral, estas meninas se tornam mães por total falta de espaço para discussão de valores no seio de suas famílias. Perdidas entre o "não pode" das suas assustadas mães e o "faça" autoritário e tentador que impera na mídia, as adolescentes raramente conseguem alguém para ouvir seus sonhos, fantasias, conflitos, dúvidas e medos.
Paradoxalmente, muitas adolescentes conhecem os métodos anticoncepcionais disponíveis. Todavia, assim como as adolescentes desinformadas, elas engravidam quase que com a mesma facilidade. Fato que nos leva a concluir, que a informação, nesse caso, é necessária, mas não é suficiente para lhes oferecer bom senso e responsabilidade.
Quase toda mãe esclarecida já sabe, que o período da adolescencia da filha, é aquela fase em que a sua menina tende a imitar as outras meninas enquanto procura identidade própria. A adolescente pode ser idealista, criativa, generosa, pouco egoísta e também exatamente o oposto: indiferente, fútil, egoísta, calculista e autoconcentrada.Identificando-se muitas vezes com artistas e personagens das novelas e filmes, nada úteis para o seu bom desenvolvimento emocional e moral, enquanto procura identidade própria.
Nietzsche escreveu: "Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu. Existem por certo atalhos sem números e pontes e semideuses que se oferecerão para levá-lo além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o".
Interessantemente,Nietzsche foi um dos poucos filósofos a destacar o lado bom das dificuldades e do fracasso. Ele acreditava que todos nós podíamos nos beneficiar deles. Ele entendia de forma bem prática, que na vida de qualquer um, mesmo sendo uma boa vida, sempre haverá um certo grau de fracasso. Para Nietzsche, não bastava o fracasso, e sim a forma como o fracasso é encarado, pois as melhores conquistas da vida só acontecem quando conseguimos superar uma dificuldade, e isso só é possível com um fazer constante, vencendo desafios, lidando com os obstáculos, aprimorando nossas capacidades e amadurecendo no caminho de concretização.
As adolescentes que se tornam mães, inegavelmente vão precisar enfrentar inúmeras dificuldades, erros e fracassos, exatamente numa época muito indefinida e especial de seu desenvolvimento enquanto mulher e ser humano. E, como diz o ditado:"Sua cabeça sua sentença", o enfrentamento cotidiano das circunstâncias em que a menina mãe se encontra, é quase sempre constituído de experiências e tarefas fundamentais para a necessária sobrevivência do bebê.
Ao engravidar prematuramente, a menina mãe tem de enfrentar, paralelamente, tanto os processos de transformação da sua adolescência como os da sua gestação. Isto, nesta fase, representa uma sobrecarga de esforços físicos e psicológicos tão grande que para ser bem suportada necessitaria apoiar-se num claro desejo de tornar-se mãe. Porém, geralmente não é o que acontece: as mães meninas de modo geral se assustam e angustiam-se ao constatar que lhes aconteceu algo imprevisto e indesejado.
Ser adolescente e mãe, é certamente pertencer a uma categoria muito complexa e imprevisível. É normal para a mãe menina se comportar de maneira inconsciente e não muito responsável. Mesmo tendo o conforto e a proteção da família, as suas crises de insatisfação e estresse emergem continuamente e, por isso, sempre haverá um certo grau de fracasso nas tentativas familiares de conciliar a rotina instalada com o novo membro da família, uma criança nascida de outra quase criança...
Inconscientemente os desentendimentos e ressentimentos tendem a se multiplicar. A mãe imatura, agora naturalmente limitada pela responsabilidade de cuidar do filho tende a se tornar ainda mais frustrada e insatisfeita com as exigências pertinentes aos cuidados básicos do bebê...enfim, quase sempre o caos está literalmente formado.
A mãe adolescente, torna-se impaciente, irritadiça e, sente-se oprimida com suas indesejáveis tarefas maternas. É comum ela, lutar contra seus impulsos e aceitá-los, amar seu filho e odiá-lo, ter vergonha de reconhecê-lo perante os outros adolescentes... e querer brincar com ele...
Enfim, vamos nos guiar pelo pressuposto, que muito mais do que a falta de informação, a gravidez na adolescência está ligada às características próprias dessa fase da vida. A onipotência do "comigo não acontece", a impetuosidade do "se der errado, depois agente vê", a busca de identidade no "se eles acham que isso é certo, eu faço o contrário", a energia de "vamos ver o sol nascer depois a gente vai direto para aula"...Junte a estas atitudes o pouco ou nenhum diálogo com a mãe, além da angústia do conflito entre o desejo e as conseqüências, para que a gravidez aconteça. Depois o argumento mais ouvido é: "não pensei que fosse engravidar".
Em resumo, a gravidez na adolescência envolve muito mais do que pensamos, problemas físicos, emocionais, sociais, entre outros. É muito importante que exista a consciência por parte das adolescentes que atitudes inconseqüentes podem ter graves conseqüências, pois uma gravidez inesperada dificulta que elas tenham uma vida normal, como sair com os amigos e estudar. Viver e sonhar os sonhos da adolescência, é uma experiência única para as jovens meninas, que se lançam nas tentações do mundo. Acreditar que um futuro bem sucedido a partir de sua formação profissional lhes espera,é importante para que elas se sintam motivadas a lutar para que isto aconteça.
A vida é cheia de desafios, perdas e vitórias, por isto é importante que todas as adolescentes aprendam verdadeiramente a se proteger e cuidar. Um futuro cheio de emoções e realizações depende exatamente do que elas fazem hoje com a própria vida

(SME)

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