quarta-feira, 5 de maio de 2010

****** PARA QUE SERVE O AFETO MATERNO?


O título é propositalmente provocativo. Não se refere a união de duas palavras mas sim ao singular sentimento materno de amor pleno e irrestrito pelos filhos.
Analisar de maneira geral a afetividade materna, não é uma idéia irrelevante. O amor materno é surpreendentemente doador. Provavelmente, apenas para os filhos egoístas, indiferentes e ingratos, a idéia da mãe sacrificar-se e proporcionar afeto maternal incondicional seja sim, uma ação extravagante...difícil...impossível de entendimento.
Na literatura e na psicologia, as idéias, os pensamentos, os sentimentos e as emoções maternas são ilustrados por incontáveis signos/palavras, que de fato são percebidas como entidades preciosas pois servem para comunicar a complexidade da subjetividade da entidade mãe. Muitos termos não se colam literalmente a realidade e acabam sendo progressivamente abandonados tais como: bondade...generosidade...gratidão...solidariedade...tolerância...compaixão etc.
Outras vezes o termo gera mais confusão do que clareza, entra na linguagem comum e acaba sendo banalizado...violado...esvaziado.
Assim sendo, é previsível a mesma sina para a conjugação das palavras "afetividade materna", pois hoje elas mal ilustram a sua grandiosidade universal.
Afetividade materna não é um termo da psicologia com o restrito sentido de comoções brandas e moderadas que atraem a mãe para a missão da sua vida, seus filhos. O afeto materno aqui descrito, para início de conversa, é sem dúvida um estado emocional normal e muito desejavel nas boas mães do nosso planeta.
Talvez com um pouco mais de criatividade a gente possa até criar uma "psicologia do afeto materno", e mal-entendidos a parte, o afeto materno pode vir a ser considerado um recurso, a força motriz da vida individual e dos relacionamentos humanos. Um quase um remédio que se usado com adequação não causa danos nem efeitos colaterais devastadores.
A afetividade materna não é uma expressão ambígua. Ela é a manifestação de um coração doador que pulsa harmoniosamente com a Vontade de Deus. Na relação de muitos equívocos, o afeto materno envolve os filhos e a família com sentimentos nem sempre idênticos.... Não há "relações familiares verdadeiramente íntimas" sem o crescimento do afeto materno e do afeto filial. Fica mais para "certa intimidade periférica", uma "conveniência desumana" para os filhos usarem, abusarem e depois deletarem sem qualquer gratidão aquela que os serviu incondicionalmente, a velha e desgastada mãe.
A afetividade materna é ímpar, ela se expressa através das generosas atitudes maternais. O termo é límpido e luminoso, não dá margem á equívocos ou erronea interpretação. Ao longo da vida, os filhos podem ser protagonistas de inúmeras manifestações vivas da afetividade humana, mas o amor da mãe é o único capaz de lhe doar a vida.
O afeto materno que não se limita pelos ressentimentos ou se afasta da família, se multiplica através das novas e vindouras gerações.
A força do verdadeiro afeto materno é capaz de mobilizar as energias mais ocultas do ser humano. Somente o dadivoso afeto materno, comporta generosidade e partilha gratuita, sem diluir-se em emoções que nada têm a ver com a nobreza deste sentimento cósmico.
A afetividade resistente da mãe pelos filhos que cometeram ações indignas é incomparável. Possivelmente, porque o afeto materno não é mensurável segundo a medida da estima. Ele se parece com a compaixão espiritual que não tem limites de estima pois todos os seres humanos são filhos de Deus.
A afetividade materna com sua energia fundamentalmente positiva existe a serviço da vida.
A afetividade materna triunfa na vida e na espiritualidade sem ser motivo de equívocos ideológicos ou filosóficos. Ela otimiza as virtudes humanas e estende as suas raízes na alma humana.
O afeto materno, resgata e revaloriza a divina natureza humana, contaminada por uma sociedade má, promíscua, conflituosa e ambígua.
As mães não são perfeitas e infalíveis. No mundo atual, a afetividade materna também pode ser comprometida pelo agressivo meio externo. Porém, não sendo um fenômeno só ligado ao mundo, a afetividade materna é capaz de reagir, mobilizar as energias mais profundas da mãe e se recompor triunfantemente acima e além da ambivalência dos sentimentos humanos.
A afetividade materna não é efêmera ou pode ser comprada. Está muito distante daquelas falsas afeições na qual a essência do ser é substituida pelo parecer ser e pelo poder ter.
A afetividade materna é pois, inigualável e plena.Sem a afetividade materna, tudo é mais difícil no desenvolvimento das pessoas.
Na afetividade materna não há reciprocidade calculada. Ela não causa extragos, porque não costuma afundar nos conflitos ou nas brigas contaminadas pelo preconceito e desamor.
Ontem hoje e sempre, o afeto materno serve para consolidar as relações familiares verdadeiras. Quando as pessoas da família se unem sinceramente, a partilha generosa não abre espaço para o narcisismo, o ciúmes, a possessividade ou a tirania.
Contudo, o afeto materno não deve se transformar no cabide dos filhos. A afetividade filial deve crescer com o tempo. Filho amoroso e grato a sua mãe, não é vulnerável a embriaguez repentina das emoções fulminantes do mundo.
A afetividade materna é oblativa, não gera crises de identidade, educa, impõe limites sem enjaular ou aprisionar os filhos. Ela respeita a ordem constituída. É simétrica, recíproca, gratuita.
A afetividade materna é um fim, um meio para os filhos se tornarem pessoas verdadeiras, iguais e felizes.
É pra isso que serve o afeto materno: Pra gente nunca perder o valor real da vida e da espiritualidade.
O afeto materno é sábio, supera as crises inevitáveis do relacionamento familiar. Não nasce de um arrepio, é duradouro, generoso e gratis. Inspira confiança,na transparência das suas atitudes.
Enfim, a afetividade materna é uma força vital e universal, que envolve os nossos centros vitais:sensações, emoções e imaginário.
Justamente por ser parte das nossas positivas forças fundamentais, a afetividade materna é universal, curativa, e própria para o nosso renascimento no curso do processo da nossa complexa existência.

(SME)

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