***** A QUESTÃO DA HOMOAFETIVIDADE NA VIDA DOS FILHOS

Respondendo a leitora X:

É importante que as mães leiam este texto, com o coração aberto e de forma adequadamente racional, para que haja a preparação necessária à compreensão de tão delicado assunto. As reflexões aqui contidas se baseiam na visão da Doutrina Espírita a respeito da homossexualidade.
Na vida familiar, este tema é complexo e também instigante, já que enseja a oportunidade de serem sacudidas as entranhas do inconsciente materno, para o seu desejável crescimento mental e espiritual.
No mundo, incontáveis são as mães desesperadas e indignadas com a vida homossexual dos filhos,conseqüentemente, elas reagem muitas vezes com irrefreável violência verbal e física.
A discriminação e o preconceito materno, quando extremamente radicais, prejudicam-lhe sobremaneira o raciocínio, levando-as a elaborarem pensamentos malsãos e a cometerem atos de rejeição e a exclusão dos filhos no ambiente familiar.
Na fraterna visão da Doutrina Espírita, é inconcebível por exemplo, que mães amorosas,espiritualistas e cristãs, conscientes da presença de Deus na humanidade, reajam agressivamente contra os filhos,porque eles apresentam afinidade, atração e comportamento sexual diferentes.
Mães racionais e espiritualmente esclarecidas, percebem que os filhos que canalizam as suas emoções no campo da homossexualidade, estão transitando no plano da matéria para vivenciar as experiências humanas que lhes são peculiares e, no decorrer da sua evolução espiritual, eles encontrarão sob as luzes da Misericórdia Divina, outros caminhos, porquanto cada reencarnação neste mundo, corresponde sem dúvidas, a uma divina faculdade pedagógica de evolução espiritual.
De modo geral, estas mães frustradas e raivosas, antes de desabarem em revoltosas críticas e acusações,devem refletir sobre a útil lição, presente no episódio bíblico referente a mulher adúltera. Neste educativo episódio, Jesus deixou uma advertência para todas as pessoas: "quem estiver sem pecado que lhe atire a primeira pedra". Kardec disse, que com essas palavras, o Mestre fez do amor, da compaixão e do perdão um dever para qualquer ser humano...mães ou filhos!
Notadamente, as sábias palavras de Jesus, precisam ser bem compreendidas pelas mães angustiadas e envergonhadas de seus filhos homossexuais. Sem dúvida, o Senhor Jesus orienta que as mães superem seus preconceitos, se tornam mais compreensivas, não julgando seus filhos severamente, ou muito menos, tomando a equivocada atitude, de responsabilizar e condenar os filhos das outras mães pelo que está acontecendo com seus filhos. O Evangelho Segundo o Espiritismo diz:"Antes de reprovarmos uma falta de alguém vejamos se a mesma reprovação não pode ser feita a nós". (10:13)
Cada mãe tem seu próprio modo de lidar com estas adversidades, contudo, é necessário que as elas busquem esclarecimentos científicos e orientação espiritual sobre o quesito homossexualidade, antes de se julgarem mães infelizes e desgraçadas.
Segundo definição do Espírito Emmanuel, encontrada na obra Vida e Sexo, capítulo 21, "A homossexualidade (...) trata-se de tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo ". Realmente é de extrema lucidez, a definição do Espírito de Emmanuel, visto que segundo ele, a inversão não se constitui, somente, em relacionamento sexual com indivíduo do mesmo gênero. Trata-se, igualmente, de vínculo emocional, afetivo, com pessoas do mesmo sexo.
Respeitando a opinião divergente de muitos estudiosos do comportamento humano e da ciência, Emmanuel, à luz da razão espírita, declara em sua obra, que a homossexualidade... "não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação ".
Mães chocadas e frustradas com a homossexualidade dos filhos, podem ter diferentes reações, boas, razoáveis,ruins ou péssimas... Entretanto,se este é um mundo escola, existe consequentemente nesta inusitada situação familiar algo necessariamente importante no contexto das virtudes humanas a ser apreendido por estas mães.
Emmanuel afirma ainda, que..."a homossexualidade é de fato, um assunto complexo porquanto todos os espíritos têm que passar, durante o seu trajeto evolutivo, por inúmeras etapas reencarnatórias, trabalhando personagens submetidas a diferentes costumes e subordinadas a épocas históricas distintas. Pois bem, pode, em determinada encarnação, a mentalidade social predominante favorecer e estimular a prática homossexual. Em verdade, o indivíduo traz, realmente, do pretérito a tendência de se vincular emocional, física e amorosamente com parceiros do mesmo sexo, algumas vezes, eclodindo, de forma involuntária, já na fase infantil.
O indivíduo é levado inconscientemente pela correnteza da inversão. E isto,pode ser observado em todos os povos da Terra, até mesmo entre os indígenas. Algumas sociedades do passado incitavam a prática homossexual e, com certeza, possibilitaram vincar, avidamente, os seres espirituais ainda presos às injunções e vibrações da matéria, deixando marcas profundas nos porões do inconsciente, desaguando-as oportunamente nas encarnações seguintes".
O tema homossexualidade, faz parte da natureza humana, recebendo de todas as pessoas esclarecidas o necessário respeito e compreensão. As mães preconceituosas e rígidaz, que não desejam realmente entender com sua a mente e seu coração o que se passa na alma dos filhos, de fato nunca os amou de verdade. Possivelmente,eles não passaram de personagens idealizados no cenário mental materno.
Para a Doutrina Espírita,a causa provável à predisposição da atração sexual para alguém do mesmo sexo, transcende as causas orgânicas ou psicológicas, daí a dificuldade do mundo científico esclarecer este desafiante tema. Segundo os espíritas, o ser reencarnante, é de fato o grande artífice do processo e, as causas psicológicas apontadas por alguns setores científicos com exuberância, estão relacionadas com indivíduos, denominados fronteiriços, ou seja, que já trazem esta propensão de vivências passadas, nascendo em meio familiar favorável ao seu desabrochamento.
Ainda como esclarecimento ás mães de filhos homossexuais, é importante que saibam, que após a retirada do comportamento homossexual do Código Internacional de Doenças, segundo a opinião de muitos analistas sexuais, tornou-se inadequado o termo homossexualismo, porquanto o sufixo "ismo" tem, igualmente, o sentido de doença. Em contrapartida, a expressão homossexualidade seria mais apropriada, desde que o sufixo "dade" significa qualidade, estado.
Denomina-se de homofobia a manifestação compulsiva de rejeição ou aversão contra as pessoas que apresentam comportamento homossexual.
Concluindo, se as mães deixarem de lado o seu equivocado preconceito, vão se tornar melhor informadas sobre o assunto, observando que a sociedade também é constituída de homens e mulheres homossexuais, muitas vezes formando casais homossexuais, fiéis na relação e, perfeitamente ajustados à realidade, sem apresentarem quaisquer distúrbios de ordem psíquica. São indivíduos bem integrados à sociedade, executando suas tarefas com honestidade e bom desempenho. Revelam-se como pessoas normais, tranquilas e equilibradas, embora a conduta sexual seja diferente.
Em verdade, o tema homossexualidade até bem pouco tempo um assustador tabú social,já conquistou o seu espaço na sociedade e não quer mais calar.
Portanto, é importante que as mães de filhos homossexuais desejem compreender a natureza de seus filhos, com o coração aberto e de forma adequadamente racional, para que não haja um rompimento doloroso e desnecessário dos laços familiares.Somente informações corretas possuem o poder de libertar as mães da ignorância e da injustiça dos preconceitos. Mas, quando se trata do incondicional amor materno, ele tudo pode, pois transcende os preconceitos e os substitui por sentimentos profundos de respeito,compreensão e boa vontade.
(SME)