
Quantas vezes as mães repetem que o que mais querem da vida é a felicidade dos filhos? E,de fato, de que maneira elas buscam isso? Será que é possível as mães fazerem os filhos felizes cem por cento do tempo? Muitas vezes as mães colocam a felicidade dos filhos, como algo a ser realizado essencialmente por elas, sem perceberem ou jamais admitirem, que eles podem ser felizes sem a presença delas...literalmente sem elas. Neste exato momento, quantos filhos estão deixando o lar materno para investir nos próprios sonhos, ideais, ou mesmo, nas suas fantasias existenciais...e, por que devem ser julgados e condenados por tal escolha? Bem...isso depende de que lado as pessoas estão,na inquietante gangorra das circunstâncias existênciais.
Onde começa e termina, o direito das mães e dos filhos? Obviamente, é impossível impor no coração dos outros, o amor, a compaixão e a gratidão. Contudo, não é difícil perceber, que a presença destes nobres sentimentos no comportamento humano, revelam o grau de evolução espiritual das pessoas.
Os filhos crescem e naturalmente seguem mundo afora, trilhando os caminhos do bem ou afundando no pantano das maldades dos homens. As mães desejam ter filhos amigos, afetuosos e solidários, entretanto o tempo mostra, ser esse ideal perigoso e volátil...
Quando a desgraça bate na face materna, o mal está bem instalado no relacionamento mães e filhos. Elas se sentem impotentes e sofrem pungentes dores, algumas até se desesperam e sucumbem, ante a escolha dos filhos pelas tentações e violências do mundo.
Neste estágio, onde o desgaste familiar é profundo, o que fazer? Falar, brigar, punir? Enfim, se nada deu certo,e se assim for preciso ser, o que fazer então?
O bom senso entende, que lutar pela felicidade dos filhos jamais deveria custar a qualidade de vida materna. Mães infelizes sabotam a própria vida e lentamente sucumbem no desespero, no estresse e na depressão.
É muito difícil para as mães desesperadas, ter consciência da hora exata em que devem parar. Todavia, elas necessitam aprender com as cruéis agruras da vida a ir em frente, sobrevivendo teimosamente, vencendo o mal que sutilmente as arrasta para o indesejável "inferno das mães bem intencionadas".
Mães abandonadas e esquecidas precisam viver determinadamente com o que elas estão aprendendo e, principalmente, com o que elas são. De modo geral, a vida ensinará ás mães, que elas precisarão se adaptar a nova realidade do ninho vazio...e também reaprenderem a voar.
Muitas perguntas vão ficar sem respostas...mas, por que há tanto sofrimento nestas circunstâncias? Será que as mães não vivem inadequadamente, nivelando suas expectativas futuras muito alto, quando se trata da vida dos filhos? De modo geral, o que é felicidade para elas, parece passar muito longe da felicidade filial...
Não adianta chorar, adoecer, ou se lamentar, a vida é o que veio ser no destino de cada ser humano, e se nada é possível fazer em relação as escolhas do outro, é possível que haja uma mudança na atitude mental de quem se vê a beira do precipício da solidão.
Reaprender a voar não é como voltar a andar de bicicleta...é difícil...as vezes pode até parecer impossível, porém, no final, acaba dando certo.
Qualquer atividade é útil: ler um livro de auto-ajuda, ir ao cinema ou ao teatro sozinha ou desfrutando da companhia de alguém, viajar, meditar, caminhar, correr… tudo isso também representa uma boa readaptação para nova realidade materna...é tratamento que leva a cura.
O ninho vazio, é o momento propício para a mãe cuidar de si mesma, se gostar, se desejar feliz consigo mesma. Aliás, a felicidade desta mulher renascida para a própria vida, pode estar mesmo nas pequenas coisas, na simplicidade da vida, no eliminar das grandes expectativas que a levaram a entrar em contato com a sua realidade materna repleta de angústias, frustrações e desencantos.
Deixando a dor da ansiedade ocasionada pela sindrome do ninho vazio, libertando-se do seu excesso de preocupações em relação aos filhos, tudo começa a mudar...devagarinho, mas definitivamente.
Cada mãe, através da sua singular inteligência e criatividade, vai dar o seu "jeitinho"...mas, todas precisam lutar muito para não regredirem e recairem no velho padrão das lágrimas e lamentações.
Felicidade é sempre uma conquista pessoal. E, neste estágio da libertação materna, pode representar não relembrar mais o passado, vivendo cada coisa, no momento que acontece, sempre com o olhar de admiração e encantamento pela vida que se renova. Mães reavivadas pela vida, regatam a sua energia vital, felizes com o inusitado de cada novo dia…
(SME)

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